quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Minha Casa, minha vida

O PT caminha a passos largos para ampliar seu time no Senado e dar à presidente Dilma a maioria na Casa que nem Lula obteve com tanta popularidade _ou dar ao presidente Serra (e ao futuro senador Aécio Neves) a canseira que não estava no roteiro tucano.
O PT tem hoje a quarta bancada (nove representantes), atrás de PMDB (18), PSDB e DEM (14 cada).
Dois assentos já estão garantidos: Eduardo Suplicy (SP) e Tião Viana (AC), ambos no meio do mandato. Tião deve se eleger ao governo, mas seu suplente é do PT.
Também são petistas os substitutos de dois outros candidatos que pintam como favoritos ao governo, Alfredo Nascimento (PR-AM) e Renato Casagrande (PSB-ES).
O partido lançou 18 nomes ao Senado neste ano. Graças à projeção pessoal e à sólida aliança política local, seis deles são considerados imbatíveis: Delcídio Amaral (MS), Humberto Costa (PE), Jorge Viana (AC), Marta Suplicy (SP), Paulo Paim (RS) e Wellington Dias (PI).
Mas os demais 12 estão no páreo. A maioria duela diretamente com alguém da oposição a Lula.
Fernando Pimentel, por exemplo, desafia o ex-presidente Itamar Franco (PPS) em Minas Gerais. Na Bahia, Walter Pinheiro conta com a dobradinha com o governador Jaques Wagner para tentar derrotar José Carlos Aleluia (DEM).
No Paraná, o tira-teima é entre Gleisi Hoffman e Gustavo Fruet (PSDB). No Pará, entre Paulo Rocha e Flexa Ribeiro (PSDB). Em Mato Grosso, entre Carlos Abicalil e Antero Paes de Barros (PSDB).
Se o PT ganhar mais da metade desses 12 mata-matas, tem chances de sair da eleição com a maior bancada no Senado. O PMDB projeta eleger no máximo 17; PSDB e DEM rezam para não encolher muito.
Aí, além de garantir protagonismo no Senado, o PT poderá exercer o direito regimental de escolher o presidente da Casa. Nunca a posição de José Sarney, hoje um aliado petista, pareceu tão ameaçada.

coluna de 12.jul.2010


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