terça-feira, 26 de agosto de 2008

Te vi na TV

A mais recente bateria de pesquisas do Datafolha comprovou que a propaganda nas TVs e rádios continua uma ferramenta eleitoral poderosa, se não decisiva.
(Por semanas, desdenhou-se da eficácia dos programas, em uma cruzada alimentada pelos próprios partidos políticos, interessados em baixar os honorários dos marqueteiros e equipes de comunicação.)
Em São Paulo, caiu a distância do prefeito Gilberto Kassab (DEM) para o tucano Geraldo Alckmin, de 21 para 10 pontos percentuais.
No Rio, Eduardo Paes (PMDB) subiu de 9% para 17% e cavou um triplo empate com Marcelo Crivella (PRB) e Jandira Feghali (PC do B).
Para desespero dos adversários da aliança entre PSDB e PT, o candidato "flex" Marcio Lacerda (PSB) arrancou em Belo Horizonte. Com um salto de 15 pontos, foi a 21% e superou a comunista Jô Moraes.
No topo das intenções de voto, nada mudou em Salvador. Mas Walter Pinheiro (PT) deu sinal de vida e passou de 7% para 13%.
Em Recife, o petista João da Costa (37%) não só desbancou Mendonça Filho (DEM) como já esboça possível vitória no primeiro turno.
A candidata à reeleição Luizianne Lins (PT) desgarrou de Moroni Torgan (DEM) e agora aparece na frente em Fortaleza, no limite da margem de erro _35% a 29%.
O Datafolha flagrou só três dias de campanha nas TVs e rádios. Mas, segundo o instituto, eles bastaram para "contaminar" os cenários.
Afinal, só há uma coisa em comum entre Kassab, Paes, Lacerda, Pinheiro, Costa e Luizianne: mais tempo de propaganda que os rivais diretos.
Ao se meter na vida das pessoas e lembrá-las da votação, os programas, ainda que péssimos, têm um efeito mobilizador. Depois do anticlímax da Olimpíada e do fim do mistério da novela das oito, do que falar na fila do ônibus, no churrasco na laje, no café da repartição?
Por isso, também, a queda abrupta de indecisos nas capitais: 43%, contra 58% no "round" anterior.

coluna de 26.ago.2008

mfilho@folhasp.com.br

Nenhum comentário: